Como impacta o seu negócio:

O capitalismo de vigilância surgiu com as novas tecnologias e é uma realidade que se baseia na obtenção e no uso estratégico de dados por empresas. Você provavelmente já experienciou uma situação em que pesquisou sobre um produto ou falou sobre em voz alta e começou a ver publicidade em todo site que entra online, certo?
Isso é exatamente a ciência de dados em ação. Uma forma de afinar a relação entre as empresas e os produtos ou serviços que vendem e os consumidores. A questão é: você sabe como isso funciona e de que forma pequenos negócios podem se beneficiar do uso de dados?
Neste post vamos explicar a origem do termo capitalismo de vigilância e de que forma essa nova ordem econômica pode impactar o seu negócio, mesmo que pequeno. Quer saber mais? Continue a leitura!
O que é capitalismo de vigilância?
O termo capitalismo de vigilância (surveillance capitalism, no original em inglês) é uma extensão do capitalismo caracterizado pelo uso de uma imensurável quantidade de dados fornecidos pelos próprios consumidores a empresas de tecnologia como Google ou Facebook.
Tais dados são coletados, armazenados e transformados em um produto lucrativo. Ao utilizar a internet, qualquer usuário fornece uma série de informações sobre si mesmo como gostos, hábitos, posicionamentos políticos, sociais e uma série de outros fatores sobre o próprio comportamento.
Todos esses dados são analisados e refinados para uso prévio, ou seja, uma forma de antecipar o que os usuários irão fazer antes mesmo deles próprios. É assim que acontecem as indicações de produtos e serviços que parecem especificamente pensadas para cada um. Quanto mais informações os usuários fornecem, melhor é essa acurácia.
Origem do termo capitalismo de vigilância
Quem explicou o capitalismo de vigilância foi a pesquisadora estadunidense Shoshana Zuboff que inicialmente publicou uma pesquisa intitulada “Big Other: Surveillance Capitalism and the Prospects of an Information Civilization”, e depois lançou o livro “A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder”.
Zuboff afirma que o capitalismo de vigilância “é uma lógica econômica parasita na qual a produção de bens e serviços é subordinada à nova arquitetura global de modificação do comportamento”. A pesquisadora participou do documentário “Dilema das Redes” publicado em 2020 pela Netflix explorando os limites das redes sociais.
Quais os limites para o uso dos dados?
As informações adquiridas podem ser utilizadas para o bem ou para o mal e é por isso que legislações e regulamentos governamentais precisam existir para controlar o uso que as empresas fazem dos dados. É esse o objetivo da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
A Lei nº 13.709, de 14/8/2018 entrou em vigor no Brasil em setembro de 2020 sendo baseada na GDPR (General Data Protection Regulation) regulamentada na União Europeia em 2018. O objetivo é estabelecer diretrizes importantes e obrigatórias sobre a coleta, processamento e armazenamento de dados.
Desse modo, é possível garantir a privacidade e a proteção de dados dos cidadãos evitando o uso indevido ou vazamento de dados, como já aconteceu em vários casos. Um dos exemplos mais recentes sobre o limite dos dados é a funcionalidadade da Apple para prevenção da pedofilia.
A empresa foi acusada de infringir a liberdade dos usuários ao escanear as imagens dos dispositivos para essa função. No entanto, explicou em nota:
“A segurança da comunicação no Messages é feita para dar aos pais e filhos mais ferramentas para proteger as crianças de enviarem e receberem imagens sexualmente explícitas pelo app. Ela somente funciona em imagens enviadas ou recebidas pelo Messages de usuários de contas infantis criadas por meio do recurso de Compartilhamento Familiar. Quando uma conta infantil envia ou recebe mensagens sexualmente explícitas, essa imagem será desfocada e a criança será avisada, terá apresentados diversos recursos e será assegurada de que está tudo bem se ela não quiser ver ou enviar a foto. Como uma medida de proteção adicional, crianças mais jovens podem também ser informadas que, para garantir a sua segurança, seus pais serão notificados se ela ver a imagem.”
As controvérsias nesse caso levaram a diversas declarações de diferentes órgãos ao redor do mundo em uma defesa pela liberdade de expressão e acusando a empresa de invasão de privacidade. Fica claro o quanto a questão é complexa e é preciso ser debatida para a definição de regras adequadas.
O tema dos dados e essa nova era de capitalismo de vigilância também foi explorado nos cinemas em diversas ocasiões, como no filme Minority Report – A Nova Lei. Na realidade retratada pelo filme, baseada no livro de Philip K. Dick, é possível usar dados para prever homicídios e evitar que aconteçam.
A adaptação traz uma reflexão sobre a confiabilidade das fontes de informação e mostra como a antecipação de dados pode ser utilizada em diferentes frentes e como suas consequências precisam ser analisadas.
Mas, afinal, como é possível utilizar os dados gerados em comércios locais de forma estratégica e legal para melhorar as vendas e prosperar nos negócios? É sobre isso que falaremos na próxima parte do post.
Como usar os dados no seu pequeno negócio
Quando falamos sobre capitalismo de vigilância e uso de dados pode ser difícil pensar em como pequenas empresas e comércios locais poderiam fazer uso dessas informações. No entanto, grandes empresas como Google e Facebook possibilitam que os dados que coletam sejam usados por empresas pequenas.
Então você se pergunta “como isso é feito?”. É bem mais simples do que parece, visto que existem ferramentas apropriadas para fazer a gestão dos dados e auxiliar na busca do seu objetivo. Suponhamos que um pequeno comércio que vende roupas em um bairro afastado na cidade queira vender online para impulsionar as vendas.
Um dos primeiros passos será definir o público alvo: as peças são para homens e mulheres? Quais os gostos e hábitos desse consumidor? Onde ele deve residir para que a loja consiga fazer a entrega? São essas e outras perguntas que vão delimitar a gestão de tráfego online, ou seja, para quem e como os produtos deverão ser vendidos e divulgados pelas ferramentas de busca.
A precisão do comportamento do público alvo pode ser melhorada ao longo de uma campanha e possibilitar que o produto seja vendido para quem realmente o deseja. Isso é possível com qualquer tipo de negócio, basta investir na gestão de tráfego.
Como vimos, o capitalismo de vigilância faz parte do mundo tecnológico em que vivemos e as empresas precisam se adaptar ao uso de dados. Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe os próximos posts do blog ou entre em contato para saber mais sobre gestão de tráfego.